Novo cadastro de adoção traz esperança para casais

EPTV Ribeirão, publicado no site em 3 de setembro

Previsão é que projeto seja concluído até novembro

03/09/2008 - 15:40 - A Vara da Infância e da Juventude deve concluir até novembro deste ano o cadastro nacional que promete agilizar a fila da adoção. O novo sistema traz esperanças para as pessoas que querem adotar uma criança.
Com as mudanças no processo de adoção, a artesã Roberta Dalri voltou a ficar animada com a possível chegada de uma criança. Ela já decorou o quarto de seu bebê e conta que a situação era outra quando ela e o marido decidiram adotar um filho, no último mês de dezembro. "Disseram que demoraria de três a quatro anos, mas é muito tempo para quem quer adotar e para o número de crianças que hoje estão abandonadas", ressalta.
O nome do casal será incluído no Cadastro Nacional de Adoção. Os interessados não ficarão mais restritos apenas à comarca de onde moram. As Varas da Infância e Juventude de todo o país tem até o dia 8 de novembro para concluir o cadastramento. "Agora, as chances de demora diminuíram, então a criança pode chegar a qualquer momento", destaca a artesã.
Segundo o juiz da Infância e da Juventude de Ribeirão Preto, Paulo Gentile, na cidade há 12 crianças e adolescentes com idades entre 8 e 16 anos, esperando para serem adotados e 100 casais na fila de espera, a maioria à procura de recém-nascidos. A unificação das informações sobre futuros pais e filhos de todo o país em um banco de dados deve acelerar os processos. "Passando a ser o Brasil todo, ele amplia o campo de pesquisa de casais interessados em adoção. Com essa centralização, teremos todas as crianças do país disponíveis para adoção", explica o juiz.
Mas apesar disso, a avaliação dos interessados em adotar um filho continua tão criteriosa como antes. O Estatuto da Criança e do Adolescente estabelece regras e restrições para esses processos. Segundo a advogada Sônia Aparecida Paiva, os avós e os irmãos não podem adotar. Os interessados devem procurar o Fórum para fazer o cadastro técnico de adoção, onde podem escolher as características das crianças que procuram. "Não precisa ser casal. Qualquer pessoa maior de 18 anos pode se cadastrar, inclusive homossexuais", destaca.
Ainda de acordo com a advogada, o cadastro é avaliado por uma assistente social e, depois, por um juiz, que dará a sentença para a habilitação da adoção. "Crianças que foram abandonadas ou cujos pais foram destituídos do poder familiar, estão disponíveis para adoção", explica.