matéria de Lígia Ligabue para o JORNAL DA CIDADE, de Bauru, em 17 de setembro - extraida do JCNET
Uma criança de até 36 meses.
É o que espera a maioria dos 155 pretendentes que estão cadastrados na Comarca de Bauru para adotar uma criança.
Situação muito difícil, já que está cada vez mais raro uma mãe abrir mão da guarda da criança ainda na maternidade. Neste ano, ocorreu apenas um caso na cidade. O bebê que nasceu sadio foi entregue à adoção logo após a mãe comprovar que não tinha condições de manter a criança.
De acordo com a psicóloga Rosângela Motta Vaz, é difícil a adoção de crianças com mais de 10 anos. A maioria dos pretendentes prefere bebês. Ela, no entanto, avalia que neste ano diminuiu o número de casais cadastrados e também o número de crianças. “Houve uma mudança significativa e atualmente pretendentes têm aceitado crianças de 2 ou 3 anos”, observa.
Apesar deste progresso, a psicóloga ressalta que ainda é muito difícil encontrar lares para meninos com mais de 6 anos e meninas com mais de 10 anos de idade. Problemas de saúde também dificultam a adoção. Crianças portadoras do vírus HIV ou com problemas mentais não conseguem pais adotivos. Apesar de poucos, os meninos e meninas portadores de deficiências físicas serem encaminhados para adoção, esse fator também se torna uma dificuldade. Atualmente, vivem em situação de abrigo 67 crianças em Bauru.
Porém, nem todas estão livres para serem adotadas. No caso de adoção por entrega da criança, o processo é mais simples e rápido, porque não existe toda a parte de litígio judicial. Um casal precisa aguardar até três anos para conseguir adotar um bebê.
Dentre os 155 casais que aguardam uma criança, alguns já são pais adotivos